ÉVORA MINHA CIDADE

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

FOI UM DIA


À quase 40 anos que me lembro de dizer muitas vezes, Eu vou ser a mulher mais feliz do mundo, que palavra tão bonita, muitas vezes dita, talvez até acreditando nela, pois é pensando que a felicidade existe que temos as maiores desilusões que nos marcam para toda a vida.

Tinha eu 18 anos quando a vida me chamou para um dos grandes desafios, ou talvez O maior, e mais complicado de todos, (o meu primeiro casamento), pois não teve um final feliz, e deixou marcas tão profundas, e um tão grande desencanto, que já mais poço esquecer, mas como o destino, é forte, também foi a partir desse dia, que a vida me deu os dois momentos, mais felizes, pois aos meus 20 anos, foi mãe, do meu primeiro filho, o Luís, mais propriamente, a 7 de Julho, de 1971, um dia marcado por uma grande felicidade, mas também marcado pelo grande medo, foi um parto tão complicado, que só a minha juventude, e o grande saber e dedicação, do senhor, Dr. Manuel Anjinho, Médico opstétra, um homem de tão grande bondade e de um coração que sempre teve muito para me dar, pois sabendo eu os riscos que corria, junto dele nunca tive medo de nada, nem me faltou a necessária força, de lutar, contra tudo o que parecia ser impossível, e tudo fez para nos salvar da morte, que bem perto esteve de nós.

Aos meus 23 anos, a 1 de Junho de 1974 nasceu o meu segundo filho, por eu ser uma pessoa, de fracos recursos físicos, o Paulo nasceu por cesariana, o que para nós foi muito mais fácil, e sem medo, recordo o nascimento dos meus filhos com todo o meu amor, mas também com uma grande gratidão por tanta dedicação carinho que sempre recebi daquele médico aquém devo a vida, dos meus dois maiores amores, pelos meus filhos, eu sou capaz de dar, tudo, em troca de nada.

Amor



E porque foi mãe, também tenho a grande alegria de ser, avó, alegria que não tem palavras, um amor que não tem tamanho, pois o Guilherme é nesta altura da minha vida uma força da natureza, e que muito contribui para que eu não desista de lutar, sempre por uma vida melhor para todos, como ele diz, eu tenho que viver muito tempo para o meu menino.

À muitos anos ouvi dizer que o nosso destino tinha a ver com a cor dos olhos, então às vezes fico a pensar, que para mim não é fácil seguir esse caminho, mas seja lá como for à sempre qualquer coisa que nos toca de maneira diferente.

Desde muito pequenina que gosto muito de ouvir cantar o fado, e ainda hoje é a minha música preferida, pois eu acho que o fado é como ele muito bem diz, uma estranha forma de vida, foi e continua a ser para mim um veículo de mensagens, que às vezes quando estou a escutar o fado ele tem o condão de me levar nem sei para onde, só sei que me dá muita paz, e me deixa muito serena, pois são talvez os momentos em que melhor me encontro comigo, e deixo que o meu pensamento resolva tudo por mim, se estivermos atentos aos seus poemas, decerto vamos encontrar muitos que são com toda a certeza retalhos das nossas vidas, o que foi considerado por todos canção nacional, o fado só pelos seus títulos nos deixa muitas vezes a pensar, este fado tem um poema que parece a minha vida, lembro-me da Cármen Cita que fugiu da caravana, porque não cria ser cigana, lembro-me do embuçado que por ser rei não cria ser conhecido, lembro-me da menina do rés do chão que não podia ter a janela aberta, lembro-me do fado errado, e também não me poço esquecer, que por uma lágrima tua me deixaria matar, também não poço esquecer, que foi Deus, que deu luz ao mundo, e é por vontade de Deus que vivemos nesta ansìadade nunca vou esquecer o amor de Mãe, e ao falar do amor de Mãe, não vou poder esquecer que os putos, deste povo andam aprender a ser homens, etc. etc.
Fado canta a história de todos nós, é cantado nos salões, nas tascas, nas ruas e nas vielas, o fado é um senhor, mas também é um vadio, o fado é alegre e triste, o fado é barulho e solidão, o fado é amor, e ódio, o fado é vida, o fado é morte, o fado é saudade silencio e sombra, o fado é a vós do povo, pois a grande parte do fado também é o povo que o canta, para mim o fado é uma mistura de sentimentos, com alguns sofro, com outros até me sinto feliz, em cada fado á uma mensagem para cada um entender a sua maneira, sofrendo ou ser feliz, eu para mim ouvir fado da -me calma e faz que eu entenda melhor as coisas boas e menos boas da vida, já que não podemos viver a vida, pois que seja a vida que nos viva a nós, mas no que me diz respeito nunca me faltou a vontade e a força para lutar e viver por mim e por tudo o que gosto e pela minha família que muito amo.

Generosa
Outubro de 2008


Namorados

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